quinta-feira, 24 de junho de 2010

O Avanço da Saúde em Cuba pós Revolução


Por:Euler da Silva Miranda
Raphael Leandro da Silva Santos


Resumo: A revolução cubana foi um importante movimento do séc. XX, apesar de ser o último país da América Latina a sair do domínio espanhol e o primeiro a sair do domínio norte-americano e Russo, Fidel mostrou que a organização das massas seria um importante instrumento para o desfecho da revolução. A garantia de atendimento médico gratuito a toda a população cubana se converteu desde os primeiros momentos do triunfo da Revolução num dos paradigmas sociais fundamentais de sua estruturação. Isto corresponde com a essência humanista e de justiça social que caracteriza o processo revolucionário.
Desde o próprio triunfo revolucionário começou-se a trabalhar pela criação do Sistema Nacional de Saúde que levaria a ação do trabalhador da saúde aos lugares mais apartados. O sistema criado começou a realizar importantes reformas a partir dos anos 60, como parte fundamental das transformações do período revolucionário e em resposta ao respeito mais absoluto de um dos direitos humanos fundamentais de todo cidadão. Na etapa pré-revolucionaria, o atendimento médico e hospitalar se caracterizava pelo predomínio de serviços de caráter privado. Esta modalidade nos serviços de saúde impedia o acesso das pessoas de mais baixos rendimentos, que tinham como única opção as Casas de Socorro, que atendiam principalmente os casos de urgência.

Palavras chaves: Cuba, Revolução, Saúde e tecnologia.

As instalações e o pessoal médico radicavam fundamentalmente na capital do país, onde se concentrava 65% dos médicos e 62% das camas hospitalares existentes. Nas zonas rurais, praticamente não existia atendimento médico contava-se com um só hospital rural. Devemos observar que a monocultura açucareira, a plantação de tabaco e a dominação externa moldaram o perfil da sociedade cubana pré-revolucionaria. Como bem observou Gerard-Pierre Charles, “a oligarquia cubana era uma classe social muito ‘moderna’ para a época e pouca (sic) ‘nacional’ para Cuba”. (LOPEZ, 1996). A sociedade cubana jamais conseguira unir as classes, pois os grupos superiores ligavam-se exclusivamente com a dominação estrangeira, “Em Cuba, segundo A. Blanco e C. A. Dória, havia mais agentes de jogo e prostituta do que operários de mineração, configurando a transformação do país num misto de cassino e bordel pela dominação imperialista norte-americana...” (LOPEZ, 1996), ou seja, Cuba tornou-se um lugar de entretenimento para aqueles que saiam de seus países em busca de diversão.
Por isso os primeiros projetos econômicos e políticos dos revolucionários não ultrapassavam os limites de um reformismo democrático e progressista. O programa incluía a entrega de terras a pequenos agricultores e arrendatários, expropriação dos excedentes das empresas agrícolas, assistência aos trabalhadores rurais, redução dos alugueis e isenção dos impostos para moradias próprias, ampliações do setor de moradias populares, combate ao desemprego e subemprego, condições sanitárias, alfabetização das massas e adequação do ensino às necessidades de um desenvolvimento auto-sustentado. É claro que tal programa não era socialista, a despeito de seu conteúdo bastante avançado. Pretendia-se libertar Cuba do atraso e da dominação estrangeira através de uma combinação de intervencionismo estatal na economia, atitudes nacionalistas, progresso social e redistribuição de renda. Em contrapartida, apesar desse crescimento, a pobreza continuou na classe trabalhadora. Com o aumento populacional era provável que o governo diminuísse as vagas de empregos e aumentasse a carga horária, pagando pouco a aqueles que tentavam se estabilizarem naquele contexto, portanto, a permanência da situação de desvalorização da mão-de-obra e de aumento de desemprego, da insegurança e da miséria configurou um cenário de insatisfação generalizada.
Observa-se também o aspecto social das massas trabalhadoras rurais e urbanas pelo fato destas sofrerem influência do imperialismo americano, tendo características capitalistas, o que fez com que a maioria desses trabalhadores se unisse em torno de um ideário revolucionário. Sua reivindicação não era a reforma agrária e sim a luta pela melhoria de salários e condições de vida. Segundo a jornalista Graça Salgueiro as mudanças ficaram somente no papel ou foi mascarada pelo governo ditatorial, pois segundo ela a real situação é bem diferente da divulgada pelos comunistas “É difícil morrer em Cuba, não porque as expectativas de vida sejam as do Primeiro Mundo – ninguém morre de fome, em que pese à carência de recursos, nem de enfermidades curáveis -, senão porque impera a lei e a honra". Mas não foi o que disse o folclórico Panfilo, que diante das câmeras de televisão berrava que o problema de Cuba era a fome e que acabou lhe rendendo um confinamento no Hospital Mazorra”.


Os revolucionários acreditam que com a criação da nova constituição resolveria todos os problemas sociais cubanos. Apesar deste assombroso contexto cria-se a nova constituição, que tem doze capítulos, com cento e quarenta e um artigos. No capitulo da “Igualdade”: “A mulher goza de direitos iguais ao homem, no plano econômico, político, social e familiar. Para garantir o exercício destes direitos e especialmente incorporação da mulher ao trabalho social, o Estado determina que se proporcione a ela postos de trabalho compatíveis com sua constituição física; cedendo-lhe licença remunerada por maternidade, antes e depois do parto; organiza instituições, tais como círculos infantis, semi-internatos e internatos escolares, e se esforça para criar todas as condições que propiciam a realização do principio da igualdade”.
Fidel percebeu que não poderia deixar a mulher de lado. Afinal, ela representava um potencial impossível de ser desprezado por um país que recomeçava do zero. Num país que dependia da economia dos Estados Unidos, marcadamente monoprodutor, com uma agricultura atrasada e industrialização quase inexistente, a estrutura primava pelo desemprego, fome, miséria, falta de desenvolvimento técnico, cientifico, educacional, medico. Dentro deste quadro, a mulher tinha um papel ínfimo. A mulher representava 50% da população cubana, na colheita elas representavam 17% da força de trabalho.

O avanço do sistema de saúde cubana

Principais Estratégias e Programas Priorizados pelo Governo vigente

1. Reorientação do Sistema de Saúde para o atendimento primário e seu pilar fundamental, o médico e a enfermeira da família. O atendimento primário de saúde compreende um conjunto de procederes e serviços de promoção, prevenção, cura e reabilitação, bem como a proteção de grupos populacionais específicos e a abordagem de problemas de saúde com tecnologias apropriadas deste nível de atendimento, dirigido ao indivíduo, à família, a comunidade e o meio.

2. Revitalização do atendimento hospitalar
Durante a década dos anos 80, o país realizou um grande esforço por ampliar e modernizar a rede de serviços hospitalares, o que implicava melhorar coberturas, acessibilidade, capacidade, conforto e incorporar as mais inovadoras tecnologias. Assim atingi-se um total de 270 hospitais e 58713 camas de assistência médica nos anos 2000.
Como expressão do impacto conseguido pelo desenvolvimento da medicina familiar houve uma baixa redução nos serviços hospitalares, rendimentos, nas consultas de urgências, nas intervenções cirúrgicas e nos meios auxiliares de maneira significativa.

3. Programas de tecnologia de ponta e Institutos de investigações.
Cuba desenvolveu um grupo de programas de atendimento de primeiro nível para garantir a saúde da população. Entre eles vale destacar os programas para prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer, atendimento às pessoas com insuficiência renal, os cardio-centros, o diagnóstico precoce das afecções congênitas, pré-natais, de sangue e hemoderivados e outros.

Doenças

Após o Triunfo da Revolução, 14.2% da mortalidade geral correspondiam às doenças infecciosas. Hoje a proporção de mortes por infecções e parasitarias se reduziu a 0.8% do total. No presente todas as doenças infecciosas se encontram atendidas sob programas atualizados de controle com a exceção da varicela. A jornalista Graça Salgueiro apresenta dados contrários muitos estão morrendo em Cuba por causa da falta de medicamentos e também por falta de capacidade profissional médica. “Quando Fidel Castro adoeceu, onde estavam os excepcionais médicos cubanos? Foi necessário importar um da Espanha para tentar consertar a porcaria que eles fizeram e que quase acabou com a porca vida deste assassino”.
O HIV/ AIDS, apesar de constituir no mundo de hoje uma verdadeira ameaça à continuidade do gênero humano, em Cuba, como resultado da adoção de estratégias temporãs e com um grupo de Governo para a coordenação da resposta nacional à epidemia, conseguiu-se manter uma lenta progressão da doença, com uma prevalência de 0,03 %, catalogada como a mais baixa de América e uma das mais baixas do mundo.
O Sistema de Saúde de Cuba sofreu durante o período 1990-1996 os efeitos restritivos na disponibilidade de recursos pela crise econômica mundial e o desaparecimento da antiga URSS e dos países de Europa socialista, as conseqüências da aplicação de políticas neoliberais em América Latina e o recrudescimento do bloqueio econômico imposto pelo governo dos EE.UU.
Nessas condições, manter como prioridade o atendimento à saúde do povo, constituiu um desafio e objetivo estratégico para toda a sociedade e o estado.

“A miséria e a dominação estrangeira tenderam antão a aprofundar e acabaram por fertilizar o solo de onde brotaria a revolução que fez do país um sócio menor da rapina imperialista para novos horizontes e perspectiva”. (LOPEZ, 1996).
Boa parte do êxito de Cuba no campo da pesquisa em saúde se deve a uma ampla infra-estrutura científica e tecnológica. Existem em Cuba 1,8 cientistas e engenheiros para cada mil habitantes e 1,2% do Produto Interno Bruto destina-se a gastos no setor. O restante é aportado pela estreita coordenação entre os centros que integram o pólo científico do oeste de Havana, sendo o mais antigo deles o CIGB, que caminha na vanguarda da engenharia genética e da biotecnologia modernas. “Uma das características da ciência cubana, e da biotecnologia em particular, é a cooperação entre os centros de pesquisa e produção”, disse Saura. As ações empreendidas no desenvolvimento da rede assistencial permitiram a rápida transformação da situação existente.
Hoje Cuba conta com 381 áreas de saúde com cobertura completa com o programa do médico da família, os que superam a cifra de 28,000 médicos, distribuídos em todo o país. Mais do 99,1 % da população cubana está coberta com um médico e enfermeira da família e se espera atingir o 100% nos próximos anos.

Um produto médico, a vacina contra a meningite tipo B, permitiu a primeira abertura no embargo norte-americano, que desde os anos 60 proíbe todo comércio de empresas desse país com a ilha, onde há 1,8 cientistas para cada mil habitantes.

HAVANA.- Ao começar o século XXI, Cuba destaca-se entre os países do Sul por seu notável progresso em tecnologias de saúde, a cujo desenvolvimento dedicou, enfrentando dificuldades econômicas, importantes recursos materiais e humanos. Entre as múltiplas descobertas dos cientistas da ilha destaca-se um, não só por seu impacto social, mas também por seu significado político: a vacina contra a mortal meningite B. Única no mundo, a vacina denominada VA-Mengoc-BC, abriu o caminho para o primeiro caso de transferência de tecnologia de Cuba para o Norte industrializado.
A empresa anglo-norte-americana Smith Kline Beecham Pharmaceuticals obteve, em junho de 1999, autorização do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos para assinar com o Instituto Finlay, de Havana, um convênio com o objetivo de introduzir a vacina no mercado europeu. Ainda está em marcha o complexo processo que permitirá a venda na Europa e, posteriormente, nos Estados Unidos, do antídoto contra a meningite B, uma doença que não respeita classes sociais, nem o maior ou menor grau de desenvolvimento.
Desde sua assinatura, o contrato permitiu a primeira abertura no embargo norte-americano, que desde os anos 60 proíbe todo comércio de empresas desse país com Cuba. “Eles (os EUA) não têm essa vacina e dela precisam para seu sistema de saúde”, disse ao Terramérica Pedro López Saura, diretor de Regulamentos e Ensaios Clínicos do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB).
Mas apesar dos vistosos avanços tecnológicos na medicina cubana, o regime ditatorial imposto por Fidel, mascarou a real situação vivida pela grande massa da população cubana e exportou para o mundo a imagem do paraíso. A jornalista Graça Salgueiro, relata uma situação vivida por algumas pessoas em Cuba: “No dia 13 de janeiro deste ano o site "Penultimos días" publicou uma nota dando conta de que em Havana corria a notícia de que haviam morrido internos do Hospital Mazorra. Fontes que trabalhavam no hospital e que por razões óbvias não quiseram se identificar, disseram que 31 pacientes haviam morrido de fome e frio, entre os dias 9 e 12 daquele mês. Ainda segundo essas fontes, os trabalhadores do hospital tinham desviado para o mercado negro boa parte dos alimentos destinados aos pacientes”. Este relato esclarece que no processo de difusão da saúde cubana não foi somente maravilhas para a população, que está vive sobre as mazelas da corrupção, e da falta de compromisso das autoridades vigentes. O que propomos neste artigo foi apresentar os avanços tecnológicos na medicina em Cuba e como estes ajudaram diversas pessoas mundo afora, mas apresentar que nem todo médico, bioquímico, pesquisador em medicina, revolucionário ou governante atual esta livre de ser corrompido pela corrupção.

Conclusão:
A Revolução Cubana, como movimento popular, permitiu a reforma agrária e urbana, erradicou o analfabetismo, propiciou avanços na saúde, na cultura e nos esportes. Para alguns historiadores, Cuba já possuía bases históricas para obter bons índices sociais.
O país foi o principal núcleo da colonização espanhola na região caribenha, recebendo colonos espanhóis cuja origem eram as famílias ricas. Segundo à Revolução, Cuba perdeu muito em material humano e em estrutura, o país carece de novas construções, de nova frota de transportes e fomentou na população uma cultura negativa ao trabalho, o que vale é ter conhecidos no partido comunista para conseguir melhores benefícios e os melhores cargos. A Revolução Cubana, até os dias atuais, simboliza coragem e audácia política, e ao mesmo tempo, significa a perda do ideal de liberdade, que se perdeu num estado socialista opressor e fechado.

Referencias bibliográficas:

LOPEZ, Luiz Roberto. Historia da América Latina: A Revolução cubana. 3ª ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1996.
www.scribd.com/doc/.../Sistema-de-saude-em-Cuba
www.portalmedico.org.br/revista/.../evolucien.html
http://embacu.cubaminrex.cu/Default.aspx?tabid=2214
http://blig.ig.com.br/otroglodita/2010/03/24/hospital-mazzorra-cuba-26-assassinados/

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Os Astecas


No início do século XII os astecas (mexicas) instalaram-se em Chapultepec, margem ocidental do lago Texcoco, atual México. Os astecas são uma junção de vários povos como os Toltecas. Esses povos por inúmeros motivos chegaram ao fim e deram início à Civilização asteca. Os astecas eram considerados os povos mais civilizados e bem armados que antecederam a colonização espanhola. Em 1325 fundaram a nova capital chamada Tenochtitlan. Em meados do século XV, o rei Montezuma reinou tranquilamente, reafirmando as conquistas anteriores, e alcançando muitas outras. Nessa época a região passava por um período próspero. Em 1502, Mentezuma II reafirmou as conquistas imperialistas e fortaleceu a monarquia. Os astecas ganharam muitas guerras e foram anexando os estados conquistados.

Sociedade e política
Os astecas foram povos guerreiros, organizados numa sociedade dirigida pelos militares, que controlavam toda a população, dividida em camadas sociais. O poder era teocrático, o rei era divinizado e exercia enorme poder. Acima de todos ficava a família real, que comandava os exércitos e governava o império, sendo responsável pelas leis, pelos impostos, pelas construções e pelos alimentos. Abaixo da família real estavam os militares que eram divididos em três grupos: o primeiro formava uma espécie de conselho de estado, que ajudava o rei a governar; o segundo era composta por oficiais graduados que atuavam como juízes e generais; o terceiro abrangia os oficiais menos graduados, que cuidavam da segurança da cidade. Depois dos militares vinham os artesãos e comerciantes. A camada mais baixa era formada pelos cidadãos comuns, camponeses e escravos.

Economia e Cultura
A principal atividade econômica dos astecas era a agricultura. As terras, em sua maioria conquistada pela guerra, pertenciam aos nobres, mas eram cultivadas por escravos ou por pessoas que as arrendavam.
Como grande parte das terras era alagada, os agricultores se empenharam em desenvolver uma avançada técnica de drenagem do terreno. A chinampa era uma espécie de plataforma flutuante feito de galhos de árvore e barro, fixados no fundo do lago. Não tinham conhecimento da roda nem utilizavam os animais para tração. Cultivavam principalmente milho, feijão e pimenta. O milho tinha uma grande importância na agricultura. Ele era utilizado de diversas formas na alimentação. Do cacau fazia uma bebida muito forte, chamada xocoatl, bebida que deu origem ao chocolate. Cultivavam ainda tomate, abóbora, algodão e tabaco. Alimentavam-se também de cães, coelhos e perus. Os nobres comiam tartarugas e caranguejos. O mercado de Tlatelolco, cidade conquistada em meados do século XV, recebia diariamente milhares de pessoas, onde se vendia, comprava ou se trocava de tudo: legumes, verduras, ervas medicinais, machados de cobre, panelas, plumas, jóias e até prisioneiros de guerra, que eram vendidos como escravos. Não existia dinheiro, mas a semente de cacau era utilizada como moeda e simbolizava riqueza e poder.
A beleza de seus templos e construções provoca admiração pelo tamanho. Construíram enormes pirâmides utilizadas para cultos religiosos e sacrifícios humanos. Os templos eram construídos em cima das pirâmides. A escultura era feita de pedra, tinham em geral forma e desenhos que remitiam a natureza ou continham figuras simbólicas. Elas eram colocadas nos templos. A pedra do sol é a escultura mais conhecida. Eram excelentes ourives, usavam moldes para fazer as peças. Esculpiam jóias em pedras, ouro e prata. Faziam móveis de madeira tais como mesas, bancos e machados. Tingiam o algodão e faziam tecidos coloridos. Na plumagem, desenvolveram um trabalho onde todos participavam, essa arte era usada para enfeites das mais variadas utilizações. Na pintura as figuras eram abstratas, geométricas ou mitológicas. Eles utilizavam a pintura nos códices (livros), registravam neles acontecimentos importantes. Na literatura desenvolviam o contexto lírico, religioso ou histórico e normalmente era feita de forma oral.
Os astecas dominavam a técnica da escrita hieroglífica, no entanto a cultura era repassada principalmente por via oral. Dominavam o uso de plantas para caráter medicinal, dentre as plantas utilizadas destaca-se a passiflora e a valeriana. O sistema de medição do tempo baseava-se na combinação de calendários. O calendário solar tinha 18 meses de 20 dias, mais 05 dias que eram considerados nefastos, totalizando 365 dias. Os astecas avançaram também no campo da matemática e da astronomia.
A religião asteca era politeísta. O principal deus era Quetzalcoatl, que era considerado o responsável por tudo que existia. Havia outros deuses como: o deus da chuva – Tlaloc e o deus da guerra - Huitzilpochtli. Faziam sacrifícios em larga escala, diariamente eram oferecidos corações humanos. O sacrifício era uma parte fundamental para os astecas, eles acreditavam que quanto mais sangue jorrasse mais os deuses ficariam satisfeitos. Normalmente as vítimas dos sacrifícios eram escravos capturados nas guerras. O sacrifício era realizado de diversas formas, a necessidade de vitimas era constante e dependiam da guerra para obter essas vítimas. Acreditavam que se a oferta de sangue parasse o Sol apagaria. Os sacerdotes eram responsáveis por executarem as vítimas e o sacrifício era feito ao ar livre.

Conclusão
A atual cidade do México é a antiga Tenochtitlán, fundada pelos astecas. Os astecas deixaram uma imensa herança cultural aos Mexicanos e ao mundo. Durante escavações realizadas nesta região, os arqueólogos do Instituto Nacional do Museu de Antropologia e História (INAH) do México, encontraram peças de cerâmica feitas por astecas que viveram em épocas anteriores e posteriores à dominação espanhola. Embora sua arquitetura tenha sido quase toda destruída, nas escavações realizadas constatou-se uma incrível técnica de construção.




BIBLIOGRAFIA
SOUSTELLE, Jacques - A civilização Asteca, Rio de Janeiro, Zahar Editor, 1987.

LEHMANN, Henri. As civilizações pré-colombianas. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990. 119 p.

PINSKY, Jaime (Org.) História da América através de textos. 10. ed. São Paulo: Contexto, 2007. 173 p.

PEREGALLI, Enrique. A América que os europeus encontraram. 12. ed. São Paulo: Atual, c1994. 96 p.

NOVA enciclopédia Barsa. Rio de Janeiro: Encyclopaedia Britannica do Brasil, 1997. 18 v. ISBN 8570264801(obra completa). Vol. 2 – Astecas Vol. 8 - Incas, Vol. 9 – Maias.

Os Incas


Os incas descenderam de diferentes civilizações, que foram se incorporando umas às outras através de conquistas ou necessidades no decorrer do tempo. Destacam-se entre essas civilizações as culturas Chavín, Mochica e Nazca. Inca significa “chefe”, o império se chamava Tahuaninsuyo (quatro direções). O império inca se estendeu nas regiões que hoje se chama cordilheiras dos Andes, Colômbia, Chile, Equador, Peru, parte da Bolívia e Argentina.
No Século XI ou XII se estabeleceram em Cuzco, principal cidade do império. Firmaram nessa região, principalmente pelas terras boas e férteis. Como é uma região montanhosa ela protegia a população contra invasores. A fundação de Cuzco é atribuída a Manco Capac, primeiro inca, que estabeleceu as primeiras regras da sociedade.

Sociedade e política
O Imperador inca era venerado pelo povo como filho do Sol, e tinha um poder supremo e divino. O trono era hereditário. A aristocracia era composta pela família do imperador que ocupava os melhores cargos e terras. Em seguida a sociedade obedecia à seguinte escala hierárquica: chefes locais, agricultores, artesãos, servos e prisioneiros de guerra. Esses dois últimos formavam a camada social mais baixa. Os camponeses lutavam no exército, faziam trabalho nas colheitas e nas construções das cidades. A família patriarcal era à base da sociedade. O sistema penal era rígido e o sistema político extremamente despótico.



Economia e Cultura
A economia inca era basicamente agrária, cultivavam o plantio de batata e milho. As técnicas eram muito rudimentares, pois não se conhecia o arado. No entanto eles desenvolveram um avançado sistema de irrigação. As terras pertenciam ao estado e todo ano era dividida entre os segmentos sociais. As melhores terras pertenciam à aristocracia e o cultivo dessas terras ficava a cargo do trabalhador da classe baixa. A pecuária era composta de rebanhos de lhamas, alpacas e vicunhas, que forneciam carne, leite e lã, e também eram utilizadas para transporte. Os incas não tinham moedas, o comércio não era importante, desconheciam a roda. Construíram muitas estradas e pontes, além de balsas, jangadas e barcos para cruzar os rios.
A arquitetura inca se caracterizou pelo uso intensivo da pedra polida e encaixada, com enormes blocos de pedras nas construções de templos, palácios e casas. Os templos e moradias tinham piso único e retangular, as construções eram extremamente resistentes aos freqüentes abalos sísmicos. A precisão nos encaixes das pedras é impressionante. Não utilizavam o arco e nem a abóbada. Dentre inúmeros monumentos destacam-se as construções de Machu Picchu e o templo de Coricancha. A estatuária inca produzia peças muito bem trabalhadas dos inúmeros deuses, entalhados em pedras de grande dureza, como granito e diorita, os ídolos recebiam a cravação de turquesas, esmeraldas, malaquitas e lapis-lázuli. As obras eram feitas em ouro, prata, pedra ou outro material.
Os incas não possuíam sistema de escrita, nem deixaram registros históricos. Seu passado foi reconstruído por meio das lendas transmitidas por tradição oral. Os fatos mais antigos referem-se ao vulto lendário do primeiro soberano, Manco Cápac I. Como não possuíam a arte da escrita, inventaram um instrumento de contagem, o Quipu, que era um conjunto de fios de diversas cores que se juntavam em alturas distintas. Servia como contador e através dos nós do quipu, era possível estabelecer a contagem dos carregamentos de milho ou de lã, era possível também contar as mercadorias que saíam e entravam e até os homens que nasciam em determinada região.
A observação feita pelos incas sobre o sol possibilitava o cálculo do solstício do verão e do inverno. Posteriormente perceberam a existência do equinócio. Porém, compreenderam o fenômeno mais de uma forma religiosa do que científico. Os astrônomos incas estabeleceram um calendário de 365 dias. Este calendário foi utilizado para os trabalhos agrícolas e para as festas. O ano começava em meses diferentes em cada território. Em geral, entre os agricultores, o ano começava em agosto-setembro, com a semeadura, e acabava em junho-julho depois das colheitas.
Na religião, os incas acreditavam em uma força vital que habitava em tudo e em todos. Por isto tinham tantos deuses e ritos religiosos em sua cultura. Tinham como principais deuses, o deus Criador (Viracocha) e o deus Sol (deus Inti). Mas também adoravam animais sagrados e homens divinizados que em geral eram fundadores de reinos. Não havia a noção de inferno ou paraíso, e nem de pecados a serem redimidos. Acreditava-se, contudo, na continuação da vida após a morte, e por esta razão os mortos eram mumificados e cuidados por sua descendência. O Deus Viracocha era visto como o Deus criador da terra, dos animais e dos homens. Apu LLapu era o Deus dos raios e chuvas e protegia os camponeses. Em épocas difíceis e, com grande seca eram oferecidos a ele alguns sacrifícios. Mamaquilla era a Lua, em torno dela organizavam festas agrícolas e religiosas. Os incas faziam sacrifícios de animais e humanos, mas apenas em ocasiões importantes, o normal era as oferendas de flores e bebidas aos deuses.

Conclusão
Os incas marcaram muito os povos da região andina, até hoje algumas aldeias ainda usam os quipus para contagem na agricultura. Suas construções sobrevivem ao tempo e nos permite viajar até o passado e ver como civilizações antigas construíram grandes cidades, como Cuzco que atrai muitas pessoas ao redor do mundo. Suas obras realizadas na agricultura ainda hoje têm significativa importância. A forma de desidratação das carnes, os sistemas de irrigação deixam muitos estudiosos impressionados com modo avançado de sua civilização. Eram politeístas e iam incorporando novos deuses de povos conquistados, essa era uma forma de respeitar a cultura e facilitar a aceitação da expansão imperial.

BIBLIOGRAFIA
SOUSTELLE, Jacques - A civilização Asteca, Rio de Janeiro, Zahar Editor, 1987.

LEHMANN, Henri. As civilizações pré-colombianas. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990. 119 p.

PINSKY, Jaime (Org.) História da América através de textos. 10. ed. São Paulo: Contexto, 2007. 173 p.

PEREGALLI, Enrique. A América que os europeus encontraram. 12. ed. São Paulo: Atual, c1994. 96 p.

NOVA enciclopédia Barsa. Rio de Janeiro: Encyclopaedia Britannica do Brasil, 1997. 18 v. ISBN 8570264801(obra completa). Vol. 2 – Astecas Vol. 8 - Incas, Vol. 9 – Maias.

Os Maias


Os maias floresceram em um vasto território, que abrange Belize, parte da Guatemala, Honduras e a península de Yucatán no sul do México. Os maias formavam diferentes grupos étnicos e lingüísticos como os huastecas, os tzental-maia e os tzotzil.

Na reconstrução histórica da evolução dos maias, são apresentados três grandes períodos compreendidos entre: o período pré-clássico ou formativo, o clássico ou antigo império e o pós-clássico ou novo império.

• Período pré-clássico ou formativo (1500 a.C)
A organização dos maias era organizada em pequenos núcleos sedentários, viviam do cultivo do milho, feijão, e abóbora. Neste período, os maias desenvolveram a escrita hieroglífica baseada em um sistema complexo de linguagem gráfica integrados por signos, esta escrita cumpria um importante papel nos rituais e na religiosidade. Desenvolveram também, um calendário, uma astronomia altamente sofisticada, e também a técnica para a produção do papel, utilizando a casca de fícus.
• Período clássico ou antigo império (séculos III – IX)
Representa o auge da civilização maia, a população abrangia mais de quarenta cidades, e acredita-se que a população tenha alcançado em média dois milhões de habitantes que ocupavam a região das planícies, onde hoje é a Guatemala. As principais cidades eram: Tikal, Uaxactún, Copán, Bonampak, Palenque e Rio Bec. Os maias viviam em aldeias longe do núcleo urbano e, se dedicavam à agricultura. Acredita-se que neste período as cidades-estado, formavam uma espécie de federação de caráter teocrático e altamente hierarquizada nas diferentes classes sociais. Neste período surge uma fase de decadência cujas causas são desconhecidas, possivelmente uma catástrofe, uma invasão estrangeira ou uma epidemia tenha levado a população a se instalarem ao norte de Yucatán, e reorganizar o estado originando um novo império.
• Período pós-clássico ou novo império (séculos X- XVI)
Com a decadência da população maia da região central, a porção setentrional da península de Yucatán atinge seu apogeu. O novo império influenciado pelo militarismo deve cultuar Kulkucán, que simbolizava a figura da serpente emplumada. Os núcleos principais neste período eram: Chichén Itzá, Uxmal e Mayapán. No final do século XII, a cidade de Maypán, passa a dominar toda a península e a organizar o império que durou até meados do século XV. Devido a sucessivas guerras das cidades existentes contra a hegemonia de Maypán, esta foi arrasada, o que resultou um longo período de anarquia e a desintegração da civilização maia.

Organização política e social

A sucessão do governo maia era de caráter hereditário, detinham o controle sobre o saber produzido na sociedade. As casas dos maias poderosos eram localizadas em torno dos templos, enquanto a dos maias pobres era afastada dos templos religiosos. A sociedade era extremamente hierarquizada, onde prevalecia o poder dos nobres responsáveis pela administração pública e chefia dos exércitos, em cada cidade-estado.
A divisão da sociedade maia era muito rígida. Existiam três grandes classes, os quais o indivíduo pertencia desde o nascimento.
• Em primeiro lugar a família real, incluindo os chefes, os guerreiros e os comerciantes.
• Em seguida formando a classe média, estavam os servidores do Estado, os sacerdotes e militares.
• Na posição mais baixa da sociedade ficavam os trabalhadores braçais, os agricultores, artesãos e os camponeses.


Economia e Cultura

A base da economia era a agricultura primitiva. O trabalho na terra era feito coletivamente, o sistema de irrigação aproveitava as águas do Rio San Juan e também as águas das chuvas. O trato da terra era em sistema rotativo de culturas, sem adubagem ou técnica elaborada, levando ao rápido esgotamento do solo e seu conseqüente abandono. Na preparação do terreno a ser cultivado, os maias cortavam as árvores e arbustos com machados de pedra e depois os queimavam. As sementes eram plantadas em buracos cavados no solo por estacas de madeira pontiagudas.
As observações astronômicas davam aos maias o domínio sobre o fenômeno da mudança das estações, o que permitia obter melhores colheitas. Os principais produtos cultivados eram: milho, feijão, abóbora, vários tubérculos, cacau, mamão, abacate, algodão e tabaco. Os excedentes da colheita se destinavam ao comércio na base de troca, possibilitando o desenvolvimento das principais cidades. Os maias também se dedicavam à caça, à pesca e criavam animais para a alimentação. Desconheciam, no entanto a tração animal, o arado e a roda. Por falta de matéria-prima local não conheceram também a metalurgia, mas desenvolveram importante indústria lítica (de pedra) que lhes fornecia armas, enfeites e instrumentos de trabalho.
Diziam os maias que, sobre a criação do mundo, houve uma luta entre dois grupos de deuses, o vencedor criou o mundo, mas, a existência de homens bárbaros e maus fez com que os deuses enviassem o dilúvio, eliminando toda forma de vida. Mas, através de um peixe misterioso chamado Itzamcabain, a terra foi novamente repovoada, mas a luta entre o bem e o mal continuou.
A religiosidade era uma constante, os sacerdotes eram considerados os detentores do saber, cultuavam vários deuses, e a maioria estava associada à natureza, como os deuses do sol, da chuva, do solo, da lua, do milho, para isto realizavam sacrifícios com animais e também com seres humanos. Para os maias, estes sacrifícios renovavam as forças dos deuses, através do sangue derramado, e estes eram necessários para garantir o funcionamento do universo, do tempo, das plantações e da vida dos seres humanos. Acreditavam na imortalidade da alma, no inferno, no paraíso, na vida após a morte e para comunicar com seus ancestrais ingeriam drogas alucinógenas.
O sistema de calendário dos maias era responsável por organizar as atividades cotidianas e registrar os acontecimentos políticos e religiosos, para tanto utilizavam-se de critérios baseados na fase lunar. O calendário constava com o ano astronômico de 365 dias. Além disto, os maias também adotavam um dia extra a cada quatro anos, como ocorre no atual ano bissexto, e o ano sagrado regia as cerimônias religiosas e as tarefas agrícolas.
Em relação à medicina, a ciência associava-se à magia tanto no diagnóstico quanto no tratamento das doenças. As enfermidades podiam ser atribuídas a fenômenos naturais ou sobrenaturais e, o médico ou feiticeiro era responsável por receitar infusões, ungüentos, sangrias ou poções mágicas.
Os maias foram considerados os inventores do conceito de abstração matemática, estes criaram um número equivalente à zero. E estabeleceram o valor relativo dos algarismos de acordo com sua posição. Seu sistema de numeração de base vinte era simbolizado por pontos e barras.
Eram considerados hábeis guerreiros, usavam o arco a flecha o machado de metal, e protegiam-se com escudos, quando vencedor, cortavam a mandíbula inferior do inimigo para usar como bracelete.

Arte e Arquitetura

A arquitetura, voltada, sobretudo para o culto religioso, proporcionou o surgimento de magníficas construções, como: o templo do grande Jaguar, o templo do grande Sacerdote, o templo da serpente Bicéfala e os palácios. Como não tinham o conhecimento da roda o serviço era totalmente braçal e necessitavam de muita força humana. As pedras usadas nas construções maias eram extraídas de pedreiras locais, com maior frequência era usada pedra calcária. Nas construções de casas comuns, o material mais utilizado era a madeira, adobe nas paredes e cobertura de palha, mas já foram encontradas casas feitas de pedra calcária.
A escultura maia era subordinada à arquitetura como elemento decorativo e, considerada rica fonte de informações sobre a cultura. As esculturas eram feitas em pedra, estuque e madeira, e decoravam lápides, frisos e escadarias. A representação mais comumente encontrada nas ruínas era de serpente. A pintura era empregada para destacar temas religiosos ou históricos, e também empregada para decorar a cerâmica. A cerâmica maia era dividida em: utensílios de cozinha e para oferendas fúnebres. Os vasos de barro relatam momentos cerimoniais, a preparação para as batalhas e os sacrifícios de prisioneiros.

Conclusão
Ao contrário do que diz a crença popular, o povo maia não deixou de existir, ainda hoje vivem milhões de pessoas na mesma região que ainda falam alguns dialetos da língua original. Hoje é considerada uma região turística, que recebe inúmeros visitantes que desejam conhecer o legado que foi deixado. Os maias que sobreviveram passaram sua cultura de geração em geração, e conservam as tradições que resistem à influência do mundo ocidental. Produzem os vasos de barro, e trajes típicos com desenhos de sua cultura. Os camponeses maias preservaram alguns traços da religiosidade e incorporaram alguns deuses. As atividades agrícolas são acompanhadas de rituais, o trabalho em comunidade é valorizado e o respeito à natureza é preservado.

BIBLIOGRAFIA
SOUSTELLE, Jacques - A civilização Asteca, Rio de Janeiro, Zahar Editor, 1987.

LEHMANN, Henri. As civilizações pré-colombianas. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990. 119 p.

PINSKY, Jaime (Org.) História da América através de textos. 10. ed. São Paulo: Contexto, 2007. 173 p.

PEREGALLI, Enrique. A América que os europeus encontraram. 12. ed. São Paulo: Atual, c1994. 96 p.

NOVA enciclopédia Barsa. Rio de Janeiro: Encyclopaedia Britannica do Brasil, 1997. 18 v. ISBN 8570264801(obra completa). Vol. 2 – Astecas Vol. 8 - Incas, Vol. 9 – Maias.

Mais um pouco de conhecimento....


Por: Priscila Cunha e Núbia Santos

Nos próximos posts vovê conhecerá mais um pouco sobre as civilizações pré-colombianas!!
As grandes civilizações pré-colombianas, maias, incas e astecas, foram povos que deixaram uma herança cultural que proporcionou estudos arqueológicos, que até os dias de hoje, tem sido objeto de investigação. Estas civilizações eram extremamente desenvolvidas, possuíam organização política e social extremamente hierarquizada, eram hábeis construtores, alcançaram técnicas complexas de construção erguendo imensos templos e palácios, utilizando somente o trabalho humano braçal, uma vez que desconhecia a roda, instrumento este que facilitaria o trabalho nas construções. Desenvolveram também, técnicas de agricultura e as principais fontes de subsistência desses povos era uma cultura rudimentar baseada no plantio de milho, batata e mandioca. Criaram técnicas de irrigação em que aproveitavam as águas das chuvas e dos rios. Alcançaram também, notáveis conhecimentos no campo da astronomia, matemática, metalurgia, tecelagem e cerâmica. Enfim, o trabalho proposto visa levar ao conhecimento o quanto estas civilizações foram importantes, a existência destas civilizações contribuiu e muito, para a formação étnica e cultural dos países atuais, deixando um importante legado.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

A TECNOLOGIA POR DENTRO DAS CONSTRUÇÕES URBANAS: ENCANAMENTO MODERNO, Uma solução para a vida nas cidades.

Por:FABÍULA THEREZA PESSOA DE A. FERREIRA,LETÍCIA MARTINS GOMES e MARINA CUNHA DA SILVA




RESUMO
O presente artigo tem como abordagem o tema referente ao encanamento moderno, perpassando pelo surgimento das cidades industriais, as dificuldades encontradas pela população para viver nesse contexto e concluindo com a invenção do encanamento e as melhorias que trouxe para a vida nas cidades. Aborda a relevância dessa nova tecnologia no auxilio ao saneamento básico e os benefícios dessa higienização.


Marc Bloch, em seu livro Apologia a história, relata um dos momentos do desenvolvimento do pensamento histórico: o da obsessão das origens. Por muito tempo os historiadores buscaram o início dos fatos para justificar ou condenar o presente, transformando a análise histórica em julgamento e os eventos em causa e conseqüência. O desenvolvimento do pensamento histórico possibilitou perceber que nem sempre o conhecimento dos primórdios serve para explicar um fenômeno.
O presente artigo se propõe a falar sobre o momento pré-advento do encanamento moderno nas cidades, sua utilização e os benefícios que ele possibilitou para a vida nas cidades. Torna-se relevante ressaltar que o uso do encanamento moderno, juntamente com o advento do saneamento básico, em todas as épocas e lugares teve sua concentração nas zonas urbanas e foi privilégio das camadas mais abastadas da sociedade. O acesso democrático ao saneamento é algo recente e que também se restringe geograficamente.
Na Europa, a cidade, no período anterior a utilização do encanamento moderno, é conhecida como a cidade industrial. As fábricas eram o centro do novo complexo urbano e todas as funções da cidade se voltavam para elas. Geralmente se encontravam próximas às estações ferroviárias ou aos rios, sendo boa parte dos detritos da produção jogados nos rios, ocasionando a poluição da água e, conseqüentemente, tornado-a imprópria para o consumo e higiene. Não existia um planejamento funcional das atividades, portanto as fábricas se organizavam e eram construídas no lugar que melhor atendesse às suas necessidades, sem se importar com questões ambientais e/ou urbanísticas. Os lugares de moradia eram, como apresenta Mumford:
muitas vezes, situados dentro dos espaços que sobravam entre fábricas, galpões e pátios ferroviários [...] Era muito freqüente serem construídas em terras cheias de cinzas, vidros quebrados e restos, onde nem mesmo a grama podia deixar raízes [...] Dia após dia, o mau cheiro dos dejetos, o negro vômito das chaminés e o ruído das máquinas martelantes ou rechinantes, acompanhavam a rotina doméstica. (MUMFORD, 1965)

As cidades industriais que cresceram com base em cidades antigas tiveram suas antigas casas transformadas em alojamentos, servindo de abrigo para um grande número de pessoas, muitas vezes abrigando diversas delas em um só quarto. Para a construção dessas novas casas eram utilizados materiais baratos e não havia a existência de alicerces no chão. Muitas vezes essas casas eram construídas fundo a fundo com outras, ocasionando falta de luz do sol e ventilação em boa parte dos quartos.
A questão referente à higiene nessas novas cidades era precária. Os restos eram despejados nas ruas e ficavam expostos, os esgotos eram abertos e exalavam odores fétidos nas ruas das cidades. Esse contexto de insalubridade trouxe certos problemas para a população, como o aumento do número de ratos, transmissores da peste bubônica, percevejos, piolhos, propagadores do tifo e inúmeras moscas. Além disso, os ambientes escuros e úmidos dos quartos formavam um ambiente ideal para a proliferação de bactérias.
Segundo MUMFORD:
a ausência de encanamentos e de higiene municipal criava um mau cheiro insuportável nesses novos bairros, e se a propagação de excremento expostos, juntamente com a infiltração nos poços locais, significava uma propagação correspondente de febre tifóide, a falta de água era ainda sinistra, porque afastava por completo a possibilidade de limpeza domestica ou de higiene pessoal.
(MUMFORD, 1965)

O fornecimento de água era precário, sendo a água encontrada nos porões das moradias. As classes mais baixas não tinham acesso ao fornecimento de água e não possuíam reservas da mesma, permanecendo boa parte dos dias sem água. A pobreza higiênica estava, assim, difundida: falta de sol, de água potável e de ar limpo. O agrupamento dessas condições precárias propiciava uma péssima qualidade de vida e dificultavam as expectativas de vida dos habitantes dos centros urbanos.
A falta de encanamentos causou diversos transtornos à sociedade, sendo o maior deles a sujeira. Devido ao grande número de pessoas residindo nas cidades, o acumulo de sujeira era elevado, gerando doenças e mau cheiro por todo lugar.
Um exemplo claro da insalubridade ocasionada pela falta de métodos capazes de drenar toda a poluição gerada pelas populações é a cidade do Rio de Janeiro. No período oitocentista, a cidade enfrentou inúmeras mortes ocasionadas pela falta de saneamento básico. A população desconhecia as invenções que eram realizadas no exterior para tornar viável a vida nas cidades, sendo adotados métodos nada higiênicos para se viver. As famílias, por não possuírem banheiros, coleta de lixo apropriada e consciência da preservação, acabavam vivendo em meio a sujeiras e doenças. O problema era ainda maior nos períodos de chuva de verão, onde surgiam mais mosquitos e, com eles, mais doenças. Viver no século XIX no Brasil, principalmente na cidade do Rio de Janeiro, era arriscado, pois não havia maneiras de se escapar das doenças ocasionadas pela sujeira. (ALENCASTRO, 2008)
As doenças causadas pela falta de saneamento básico nas cidades e a acumulação de detritos ao longo das ruas, fez com que a reforma urbana fosse adotada. Tal reforma consistia em reorganizar a maneira com que os dejetos eram recolhidos, se tornando obrigatório, em todas as residências, encanamentos diversos para a coleta dos dejetos e o fornecimento de água, alterando a forma de se viver nas cidades. Não mais haveria doenças causadas pelas sujeiras, os turistas poderiam freqüentar as cidades sem necessitarem de lenços para taparem as narinas, devido aos odores fortes presentes nas cidades, as sujeiras, que antes tomavam conta das ruas, agora ficariam em locais apropriados.
Percebe-se que o homem aprendeu, pela própria experiência, que a água suja, o lixo e outros resíduos podiam transmitir doenças e começou, assim, a adotar medidas para dispor de uma água limpa e livrar-se dos detritos. A higiene passou a ser adotada como medida preventiva contra doenças, dando origem ao saneamento básico.
Em Paris a utilização de água encanada começou em 1865, os banheiros possuíam vasos e bacias para utilização no dia-a-dia, e lavar as mãos tornou-se uma obrigação social. A partir dos conceitos utilizados por Roger Chartier , percebe-se que os indivíduos se apropriam de determinados conceitos, valorizando as mentalidades coletivas, dando aporte à conformação das práticas sanitárias como práticas culturais, no que diz respeito às representações sobre saúde e higiene difundidas nas primeiras décadas do século XX.
A invenção do encanamento moderno e o desenvolvimento do saneamento estão relacionados ao surgimento e crescimento das cidades. Graças ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia no século XX, as fontes contaminadas, após serem tratadas, tornam-se potáveis novamente possibilitando, dessa forma, a sua renovação e a profilaxia de doenças.
Mas, nem todas as cidades adotaram o uso dos encanamentos como forma de melhorar a qualidade de vida da população. Talvez por falta de verba ou incentivos públicos, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – IBGE, divulgada em 2002, ainda existem, no Brasil, cidades com um precário sistema de encanamento, ocasionando um saneamento deficitário. Na falta de encanamentos que possam realizar a coleta de resíduos, o transporte de água, entre outros, a população vai se adequando ao que é oferecido. A construção de latrinas próximas aos rios e córregos, o uso de cisternas para o armazenamento de água é, ainda hoje, uma realidade brasileira.

REFERENCIAS

IBGE. Disponível em: Acesso em: 15 de maio de 2010.
ALENCASTRO, Luiz Filipe de. Vida privada e ordem privada no Império. In.: História da vida privada no Brasil Império: a corte e a modernidade nacional. São Paulo: Cia das Letras, 2008, pp. 67-78.
BLOCH, Marc Léopold Benjamin. Apologia da história ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002. 159 p.
CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difel, 1990. 244 p. (Memória e Sociedade).
MUMFORD, Lewis. A cidade na história: suas origens, suas transformações, suas perspectivas. Belo Horizonte: Itatiaia, 1965. 2v.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Alquimia: procura pela fórmula do ouro e da vida eterna

Por: Mariana Viera



Resumo

Este artigo retrata a alquimia e sua prática no decorrer da história, envolvendo ganância, misticismo e ciência. Misturando doutrina filosófica com atividade laboratorial, a alquimia de modesta não tinha nada: seus praticantes queriam encontrar a pedra filosofal, objeto capaz de fornecer o elixir da vida eterna e transmutar metais como cobre e ouro puro.
Cientistas como Isaac Newton e Robert Boyle foram grandes praticantes da alquimia, porém devido à promessa de vida eterna, pipocavam charlatões que falsificavam moeda de ouro e contribuíram para a má fama que a profissão adquiriu.

Palavras-Chave: História da Técnica, doutrina filosófica, ciência, civilizações antigas e da Idade Média.

O ápice da alquimia durou desde o século XIV até o fim do renascimento. Porém a técnica é muito mais antiga do que se imagina. Nasceu em Alexandria, no Egito, cidade fundada em 322 a.C. por Alexandre, o Grande. Foi aí que a cultura helênica levada pelo imperador se encontrou com uma arte egípcia chamada kymiâ (preto em português), referindo-se ao solo negro das margens do Rio Nilo. A kymiâ envolvia manipulação de metais e processos químicos usados no embalsamamento dos mortos. Todo conhecimento dessa arte era atribuído pelos egípcios a Thot, deus da sabedoria. Os gregos, deparando essa divindade, a identificaram com Hermes, o intérprete dos deuses. Foi assim que o termo “hermético” passou a ser usado para se referir às ciências ocultas, em especial à alquimia. Os gregos adotaram a teoria egípcia de que toda matéria é composta de quatro elementos básicos (terra, ar, água e fogo) e aplicaram-na à metalurgia, criando a possibilidade de transmutação dos metais. Para isso bastaria apenas mudar a proporção de cada elemento.
Sendo raridade na história da ciência, as mulheres tiveram grande participação na arte alquímica, sendo uma destas mulheres a responsável pela criação de equipamentos de destilação e do método de aquecimento usado nas cozinhas e nos laboratórios de química, o “banho-maria”. Trata-se de Maria, a Judia, que viveu em Alexandria no século III a.C.
Foram os árabes que colocaram o prefixo al na palavra kymiâ, cunhando o termo alquimia. O Alcorão pregava que os estudos científicos eram um dos caminhos para desvendar a vontade de Alá, atraindo muitos árabes para a ciência. Avicena, um célebre cientista, deu uma ajuda e tanto para a ciência precária da época. Ele focou suas pesquisas na medicina, defendendo que os medicamentos minerais e químicos eram mais eficientes que os à base de ervas.
A alquimia chegou tardiamente na Europa. Apesar de os mouros já terem ocupado a Península Ibérica desde o século VIII, mais de 400 anos depois o povo não conhecia a prática. Os intelectuais da Europa Medieval, em sua maioria dentro dos mosteiros, ficavam sem contato com o exterior. Foi só com as Cruzadas, ao chegarem ao Oriente Médio, que os europeus foram apresentados à alquimia. Nessa época, a alquimia confundia-se com salvação na concepção cristã. Segundo Arthur Greenberg, autor do livro “Da alquimia à química em imagens e histórias”, se é imaginado uma pessoa se aperfeiçoando, ela atinge a salvação. O mesmo ocorre com os metais: quando eles se livram das impurezas, tornam-se ouro. Foi na Idade Média que a alquimia se tornou forte. Para evitar perseguições políticas e enganar impostores, foi criada pelos alquimistas uma linguagem simbólica. Apenas os iniciados nas técnicas seriam capazes de desvendar os livros. Os experimentos eram explicados por imagens desenhadas ou metáforas. Se um livro mostrasse, por exemplo, um leão verde mordendo o sol dentro de um castanheiro oco, queria dizer que houve uma reação entre o sulfato ferroso e o ouro dentro do forno.
Apesar de a Igreja Católica não ter visto a alquimia com bons olhos, vários religiosos se tornaram alquimistas, como São Tomás de Aquino e Roger Bacon. Esse último chegou a declarar que havia criado um homem mecânico, com a cabeça de latão e, certa noite, enquanto dormia, o boneco começou a falar com ele e, em seguida, se despedaçou no chão.
O nome de Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, também conhecido como Paracelsus (1493-1541) foi um dos mais fortes na área alquímica. Ele defendia o uso de substâncias tóxicas, como o mercúrio e o arsênico para a cura de praticamente todas as doenças e dizia que veneno se combatia com veneno. O suíço também se aventurou no lado místico da alquimia, chagando a relatar que havia encontrado o elixir da longa vida e que viveria para sempre. Décadas depois de sua morte, o filósofo inglês Francis Bacon (1561- 1626) indicou o caminho final da alquimia ao afirmar que, se algum dia uma ciência genuína emergisse da alquimia, seria baseada nas experiências laboratoriais dos alquimistas, acertando na sua afirmação.
Em 1661, isentando o misticismo da alquimia, o anglo-irlandês Robert Boyle abandona o prefixo al, e definindo o “elemento” como uma substância que não pode ser decomposta em outra mais simples, conceito próximo do atual. Boyle é considerado o “pai da química”. Ele convenceu o Parlamento Inglês a revogar a lei anti-alquimia, que havia sido criada no século XIII pelo rei Henrique III para proibir a manufatura de ouro por transmutação. Enquanto escrevia o livro “Princípios matemáticos da filosofia natural”, o físico Isaac Newton (1643-1727) se dedicou com tal afinco à alquimia que chegou a ter 138 livros sobre o tema. Assim como vários outros alquimistas, Newton queria encontrar a pedra filosofal.
A partir do século XVII, academias científicas como a Royal Society de Londres começaram a aparecer por toda a Europa. Essas instituições foram frutos da revolução científica do século XVI, quando a ciência começou a se separar da filosofia, e as mesmas pregavam a repetição dos experimentos como método de comprovação científica e publicavam os resultados em jornais. Postura contrária à dos alquimistas, que escondiam tudo em símbolos indecifráveis e diziam que, se uma pessoa não conseguisse encontrar a pedra filosofal, é porque ela não havia sido escolhida por Deus. Isso fez com que os cientistas colocassem a alquimia “de lado”.

Considerações finais

A alquimia nunca foi um empecilho ao desenvolvimento científico. Na busca pela realização dos dois maiores desejos da humanidade (vida longa e conforto material), ela contribuiu muito para a investigação da matéria e para a química, na medida em que desenvolveu instrumentos, entendeu a natureza dos ácidos e isolou elementos químicos. Em 1919, Ernest Rutherford (1871-1937) tornou-se o primeiro a conseguir converter o hidrogênio em oxigênio, por meio da reação nuclear. Até chumbo e outro elemento químico, o bismuto, já teriam, entre 1970 e 1980, sido transmutados em ouro, embora em quantidades minúsculas e a custos exorbitantes. No fim das contas, os alquimistas estavam corretos.




Referências

DE FARIAS, Robson Fernandes. História da Alquimia. Átomo, 2007.


GREENBERG, Arthur. From Alchemy to Chemistry in Picture and Story.Jonh Wiley & Sons, 2007.





Nas próximas postagens....

Bem, não pretendemos fazer do blog apenas um espaço para divulgar trabalhos, queremos fazer dele um espaço para discussões interessantes e envolventes...
Agora falaremos sobre os temas que serão apresentados nos próximos posts...
- As grandes civilizações pré-colombianas;
- O avanço da saúde em Cuba pós revolução;
- Alquimia, a procura pela forma do ouro e da vida eterna.

Portanto, não perca as próximas postagens!!!!

Um pouco sobre o blog da turma

Este blog tem como objetivo divulgar os trabalhos realizados pela turma de História do sétimo período do UNI-BH, na disciplina PAS II, com enfase na História da Ciência e da Técnica.