segunda-feira, 21 de junho de 2010

Os Incas


Os incas descenderam de diferentes civilizações, que foram se incorporando umas às outras através de conquistas ou necessidades no decorrer do tempo. Destacam-se entre essas civilizações as culturas Chavín, Mochica e Nazca. Inca significa “chefe”, o império se chamava Tahuaninsuyo (quatro direções). O império inca se estendeu nas regiões que hoje se chama cordilheiras dos Andes, Colômbia, Chile, Equador, Peru, parte da Bolívia e Argentina.
No Século XI ou XII se estabeleceram em Cuzco, principal cidade do império. Firmaram nessa região, principalmente pelas terras boas e férteis. Como é uma região montanhosa ela protegia a população contra invasores. A fundação de Cuzco é atribuída a Manco Capac, primeiro inca, que estabeleceu as primeiras regras da sociedade.

Sociedade e política
O Imperador inca era venerado pelo povo como filho do Sol, e tinha um poder supremo e divino. O trono era hereditário. A aristocracia era composta pela família do imperador que ocupava os melhores cargos e terras. Em seguida a sociedade obedecia à seguinte escala hierárquica: chefes locais, agricultores, artesãos, servos e prisioneiros de guerra. Esses dois últimos formavam a camada social mais baixa. Os camponeses lutavam no exército, faziam trabalho nas colheitas e nas construções das cidades. A família patriarcal era à base da sociedade. O sistema penal era rígido e o sistema político extremamente despótico.



Economia e Cultura
A economia inca era basicamente agrária, cultivavam o plantio de batata e milho. As técnicas eram muito rudimentares, pois não se conhecia o arado. No entanto eles desenvolveram um avançado sistema de irrigação. As terras pertenciam ao estado e todo ano era dividida entre os segmentos sociais. As melhores terras pertenciam à aristocracia e o cultivo dessas terras ficava a cargo do trabalhador da classe baixa. A pecuária era composta de rebanhos de lhamas, alpacas e vicunhas, que forneciam carne, leite e lã, e também eram utilizadas para transporte. Os incas não tinham moedas, o comércio não era importante, desconheciam a roda. Construíram muitas estradas e pontes, além de balsas, jangadas e barcos para cruzar os rios.
A arquitetura inca se caracterizou pelo uso intensivo da pedra polida e encaixada, com enormes blocos de pedras nas construções de templos, palácios e casas. Os templos e moradias tinham piso único e retangular, as construções eram extremamente resistentes aos freqüentes abalos sísmicos. A precisão nos encaixes das pedras é impressionante. Não utilizavam o arco e nem a abóbada. Dentre inúmeros monumentos destacam-se as construções de Machu Picchu e o templo de Coricancha. A estatuária inca produzia peças muito bem trabalhadas dos inúmeros deuses, entalhados em pedras de grande dureza, como granito e diorita, os ídolos recebiam a cravação de turquesas, esmeraldas, malaquitas e lapis-lázuli. As obras eram feitas em ouro, prata, pedra ou outro material.
Os incas não possuíam sistema de escrita, nem deixaram registros históricos. Seu passado foi reconstruído por meio das lendas transmitidas por tradição oral. Os fatos mais antigos referem-se ao vulto lendário do primeiro soberano, Manco Cápac I. Como não possuíam a arte da escrita, inventaram um instrumento de contagem, o Quipu, que era um conjunto de fios de diversas cores que se juntavam em alturas distintas. Servia como contador e através dos nós do quipu, era possível estabelecer a contagem dos carregamentos de milho ou de lã, era possível também contar as mercadorias que saíam e entravam e até os homens que nasciam em determinada região.
A observação feita pelos incas sobre o sol possibilitava o cálculo do solstício do verão e do inverno. Posteriormente perceberam a existência do equinócio. Porém, compreenderam o fenômeno mais de uma forma religiosa do que científico. Os astrônomos incas estabeleceram um calendário de 365 dias. Este calendário foi utilizado para os trabalhos agrícolas e para as festas. O ano começava em meses diferentes em cada território. Em geral, entre os agricultores, o ano começava em agosto-setembro, com a semeadura, e acabava em junho-julho depois das colheitas.
Na religião, os incas acreditavam em uma força vital que habitava em tudo e em todos. Por isto tinham tantos deuses e ritos religiosos em sua cultura. Tinham como principais deuses, o deus Criador (Viracocha) e o deus Sol (deus Inti). Mas também adoravam animais sagrados e homens divinizados que em geral eram fundadores de reinos. Não havia a noção de inferno ou paraíso, e nem de pecados a serem redimidos. Acreditava-se, contudo, na continuação da vida após a morte, e por esta razão os mortos eram mumificados e cuidados por sua descendência. O Deus Viracocha era visto como o Deus criador da terra, dos animais e dos homens. Apu LLapu era o Deus dos raios e chuvas e protegia os camponeses. Em épocas difíceis e, com grande seca eram oferecidos a ele alguns sacrifícios. Mamaquilla era a Lua, em torno dela organizavam festas agrícolas e religiosas. Os incas faziam sacrifícios de animais e humanos, mas apenas em ocasiões importantes, o normal era as oferendas de flores e bebidas aos deuses.

Conclusão
Os incas marcaram muito os povos da região andina, até hoje algumas aldeias ainda usam os quipus para contagem na agricultura. Suas construções sobrevivem ao tempo e nos permite viajar até o passado e ver como civilizações antigas construíram grandes cidades, como Cuzco que atrai muitas pessoas ao redor do mundo. Suas obras realizadas na agricultura ainda hoje têm significativa importância. A forma de desidratação das carnes, os sistemas de irrigação deixam muitos estudiosos impressionados com modo avançado de sua civilização. Eram politeístas e iam incorporando novos deuses de povos conquistados, essa era uma forma de respeitar a cultura e facilitar a aceitação da expansão imperial.

BIBLIOGRAFIA
SOUSTELLE, Jacques - A civilização Asteca, Rio de Janeiro, Zahar Editor, 1987.

LEHMANN, Henri. As civilizações pré-colombianas. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1990. 119 p.

PINSKY, Jaime (Org.) História da América através de textos. 10. ed. São Paulo: Contexto, 2007. 173 p.

PEREGALLI, Enrique. A América que os europeus encontraram. 12. ed. São Paulo: Atual, c1994. 96 p.

NOVA enciclopédia Barsa. Rio de Janeiro: Encyclopaedia Britannica do Brasil, 1997. 18 v. ISBN 8570264801(obra completa). Vol. 2 – Astecas Vol. 8 - Incas, Vol. 9 – Maias.

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